O livro, que ora temos em mãos, Pedagogia: temas da educação na singularidade do conhecimento, tem a missão de abordar a Pedagogia em diversas perspectivas que se complementam num agradável passeio por diversas paisagens. Trata-se de uma coletânea de olhares, todos com um pano de fundo que busca propor reflexões sobre as peculiaridades, os desafios, limites e possibilidades do ato de educar. É sabido que não é possível ao educador ou à educadora abster-se de enfrentar sua própria existência, suas ‘questões existenciais’ no ato de Educar: a Pedagogia é, em si, um ato político que traz consigo inevitavelmente a questão pessoal do educador, da educadora... Neste sentido, o processo de produção do conhecimento funda-se como relação entre educadores e educadoras e educandos e educadas. Como fazer a mediação desta aventura do conhecimento? Para tanto, partido de si, é necessário desenvolver a capacidade de perceber e compreender o outro e reconhecer as diversidades: ou melhor, as singularidades, das quais a diversidade é mero aspecto acidental. Aqui, entendemos que, de todas as Educações, a das crianças é a mais importante. Cabe àqueles que se relacionam com a Educação, estudar cada vez mais, perspectivas de pedagogias no cuidado para a compreensão do que é a criança, do que é a infância, para que se promova uma educação para a formação da sensibilidade, da afetividade, do cuidado e do amor no lidar com o outro. Considerar o ‘outro’ o ‘não-eu’ não é apenas para com outras pessoas, mas o ambiente que nos cerca igualmente deve ser alvo de um olhar cada vez mais acurado. Como a Pedagogia pode contribuir para isso? Quais ‘lições’ podemos tirar da observação crítica do ambiente em que vivemos? Todo ato educativo, neste sentido, deve nos conduzir à questão mais humana de todas: o que é uma vida digna? Quais são as prerrogativas de uma educação que batalhe em prol da dignidade da vida? Afrontar toda forma de produção de opressão é, sem sombra de dúvidas, papel da educação. Mas, nem sempre a educação está a serviço da emancipação humana e, por vezes, ela se equivoca, como nos movimentos de educação eugênica que já assolaram nosso país. Colada à missão de denunciar mecanismos de opressão, a Educação deve anunciar nossos arranjos vitais, novas formas de sociabilização e convívio. Eis nosso desafio. Boa leitura!
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